domingo, 30 de junho de 2013

Absurdos Viáveis



por Sylvio Carlos Galvão

Não vou esconder o que para muitos é um absurdo: pessoalmente defendo a idéia da esposa substituir o marido quando este, detentor de mandato eletivo no poder executivo, estiver impedido de fazê-lo por qualquer motivo, ou até mesmo na pior das hipóteses, no falecimento do mandatário. Isso mesmo. Defendo a extinção do cargo de vice por questões tão justas, para mim, quanto absurdas aos contradizentes.
Liquidando de início o que teria que ser dito depois, seria justo porque o tálamo nupcial é o mobiliário mais prudente para as tomadas de decisão. Ali, e somente ali, há a espetacular cumplicidade desejada dos poetas mais febris.
Um vice poderia oferecer tal cumplicidade ao chefe do Executivo, sim, apenas com hora marcada ou em restritos horários e locais fora do expediente.
Justo, também, porque uma candidata a Primeira-dama, se assim podemos dizer, for muito bem preparada para a disputa, poderá, sem dúvida, auferir substancial quantia de votos ao marido (cabeça-de-chapa), tanto quanto o seu vice, este geralmente escolhido por conveniência política.

Justo, ainda e por fim, porque os casamentos por conveniência que sempre existem, e aprofundam o fosso social (nem me venham com contestações hipócritas de que isso é bobagem!), poderiam ser desmascarados pelo anseio popular da decência e da moralidade pública. Assim, neste tipo de casamento com interesses obtusos, figuraria um tipo de triângulo amoroso que deva produzir bons frutos a partir da “ganância infecciosa” pelo Poder. 

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