terça-feira, 21 de maio de 2013

Reflexões sobre temas caros ao Primeiro-Damado.



 por Sylvio Carlos Galvão

Se formos analisar profundamente os temas que são caros à primeira-dama chegaríamos brevemente à conclusão de que são “todos”. Desde os da esfera familiar, passando pelos da administração pública na área social até seu relacionamento com a imprensa, com o povo e com o Chefe no Executivo, na condição de marido também.
Todavia, nos arriscamos a emendar alguns temas, elaborar outros, até mesmo sofismar sobre outros se assim fica melhor para a crítica. Mas a experiência nos mostra que não cometemos heresia alguma em nenhum dos citados. Assim, este é um capítulo para ser lido com bastante atenção e desde logo podem ser vistos os motivos.

IDENTIFICAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DAS CATEGORIAS DOS ADMINISTRADOS

Algumas definições são úteis neste momento, para caracterizarem as diferenças entre cidadãos "pobres” e “carentes", e as diferenças também entre cidadãos "ricos” e “poderosos":

Pobre:           o que não tem o necessário para viver ou que tem poucas posses.
Carente:        o que é falto, necessitado.
Rico:              o que tem muitos haveres, provido em abundância.
Poderoso:    o que tem poder ou poderio, que tem autoridade ou influente.

Entre pobre e carente, então, captamos a palavra chave que difere essas definições como a “falta”, que entendemos total. O pobre, no caso, não tem o suficiente, mas tem.
Já entre ricos e poderosos há, no mínimo, uma diferença bruta que é o dinheiro. Salvo entre os “plutocratas” que são ricos e influentes. E, ainda, vemos aqui o que caracteriza o Poder em primeira instância: a influência. Há ricos que não a possuem. E há “não-ricos” que a têm em abundância.
Já interseccionando essas definições e esses parcos conceitos que ofertamos, há pobres que também têm forte influência – dotada de coragem e eloqüência –, e carentes que podem exercê-la coletivamente através de um processo que chamaremos de "disseminação de imagem."
Com isso, queremos concluir com alguns axiomas de equivalência:

  • A voz do carente é a voz da primeira-dama.
  • O medo que tem o pobre é a ousadia da primeira-dama.
  • A influência da primeira-dama é o alicerce democrático da pirâmide social em um município.
          Não. Não há exageros até aqui. O que contrariaria esses axiomas, pelo menos pelo que conhecemos na política brasileira, seria demagogia, no mínimo; Hiprocisia, no máximo.

   O que é necessário, incontestavelmente, para o exercício da primeira-dama em relação ao assunto aqui abordado, é a identificação e classificação desses cidadãos em suas categorias sem que ela cometa nenhum equívoco. Se classificar erroneamente, poderia ser injusta não no ato de classificar, mas nas postura e atitude com que se relacionaria com eles eventualmente. Tratar um poderoso como rico, ou um influente como pobre, por exemplo, poderá, desde esse momento fazer ruir um projeto de primeiro-damado pautado pela excelência que aqui se busca.

  Se precisar de ajuda para essa identificação/classificação, não hesite em consultar um sociólogo ou cientista político para esclarecer-lhe precisamente as diferenças conceituais. Isso mesmo: aulas particulares, sim. Onde o intuito preponderante não é necessário ser desvelado, tampouco nomes serem revelados.


Trecho do livro "A Primeira-Dama e sua Intimidade com o Poder", Editora Tecido Verbal, no prelo.

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