por Sylvio Carlos Galvão
Se formos analisar profundamente os
temas que são caros à primeira-dama chegaríamos brevemente à conclusão de que
são “todos”. Desde os da esfera familiar, passando pelos da administração
pública na área social até seu relacionamento com a imprensa, com o povo e com
o Chefe no Executivo, na condição de marido também.
Todavia, nos arriscamos a emendar alguns
temas, elaborar outros, até mesmo sofismar sobre outros se assim fica melhor
para a crítica. Mas a experiência nos mostra que não cometemos heresia alguma
em nenhum dos citados. Assim, este é um capítulo para ser lido com bastante
atenção e desde logo podem ser vistos os motivos.
IDENTIFICAÇÃO E
CLASSIFICAÇÃO DAS CATEGORIAS DOS ADMINISTRADOS
Algumas definições são úteis neste
momento, para caracterizarem as diferenças entre cidadãos "pobres” e
“carentes", e as diferenças também entre cidadãos "ricos” e
“poderosos":
Pobre: o
que não tem o necessário para viver ou que tem poucas posses.
Carente: o
que é falto, necessitado.
Rico: o
que tem muitos haveres, provido em abundância.
Poderoso: o
que tem poder ou poderio, que tem autoridade ou influente.
Entre pobre e carente,
então, captamos a palavra chave que difere essas definições como a “falta”, que
entendemos total. O pobre, no caso, não tem o suficiente, mas tem.
Já entre ricos e poderosos
há, no mínimo, uma diferença bruta que é o dinheiro. Salvo entre os “plutocratas”
que são ricos e influentes. E, ainda, vemos aqui o que caracteriza o Poder em
primeira instância: a influência. Há
ricos que não a possuem. E há “não-ricos” que a têm em abundância.
Já interseccionando essas
definições e esses parcos conceitos que ofertamos, há pobres que também têm
forte influência – dotada de coragem e eloqüência –, e carentes que podem
exercê-la coletivamente através de um processo que chamaremos de "disseminação
de imagem."
Com isso, queremos
concluir com alguns axiomas de equivalência:
- A
voz do carente é a voz da primeira-dama.
- O
medo que tem o pobre é a ousadia da primeira-dama.
- A
influência da primeira-dama é o alicerce democrático da pirâmide social em
um município.
Não. Não há exageros até
aqui. O que contrariaria esses axiomas, pelo menos pelo que conhecemos na
política brasileira, seria demagogia, no mínimo; Hiprocisia, no máximo.
O que é necessário,
incontestavelmente, para o exercício da primeira-dama em relação ao assunto
aqui abordado, é a identificação e classificação desses cidadãos em suas
categorias sem que ela cometa nenhum equívoco. Se classificar erroneamente,
poderia ser injusta não no ato de classificar, mas nas postura e atitude com
que se relacionaria com eles eventualmente. Tratar um poderoso como rico, ou um
influente como pobre, por exemplo, poderá, desde esse momento fazer ruir um
projeto de primeiro-damado pautado pela excelência que aqui se busca.
Se precisar de ajuda para
essa identificação/classificação, não hesite em consultar um sociólogo ou
cientista político para esclarecer-lhe precisamente as diferenças conceituais.
Isso mesmo: aulas particulares, sim. Onde o intuito preponderante não é
necessário ser desvelado, tampouco nomes serem revelados.
Trecho do livro "A Primeira-Dama e sua Intimidade com o Poder", Editora Tecido Verbal, no prelo.
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