por Sylvio Carlos Galvão
Em
verdade, podemos interpretar a expressão-título acima de várias, formas: desde
a mais romântica e pessoal quanto a mais profissional.
Com
um pouco de imaginação, se associarmos ideias de “passos de uma mulher”, logo
povoará nossa mente o andar sensual de uma musa cinematográfica andando só em
direção a lugar algum, quanto em direção a um interlocutor com quem ela intenta
seduzir. Ou não. Apenas um andar sedutor que – relembro estarmos visualizando
uma ficção – um andar que impõe à cena mental a imponência de uma mulher que
está “chegando ou saindo” com timing, charme, elegância etc, ao estilo de
Sharon Stone em “Instinto Selvagem”, quando, ou sexy, ou poderosa, ou louca
(seria?) que a tudo controlava, marcava sua presença. Certamente muitos outros exemplos
cinematográficos serviriam para demonstrar o quanto os passos de uma mulher são
capazes de conduzir um enredo vibrante.
Muito
bem, por outro lado, numa outra visão que possamos tomar como exemplo aqui, os
passos de uma mulher – agora com conotação mais próxima à realidade – guardam
traços específicos de uma certa “biografia” de sua vida até dado momento
daquele caminho quando cessam os passos e tentamos adivinhar o seu restante.
Também, ainda nessa linha, os passos de uma mulher tem relação estreita com sua
estratégia de vida – voluntária ou não – que pode mudar ou revolver a
estratégia de vida de pessoas que estejam ao seu redor. Nunca nos esqueçamos
que uma mulher pode ser apenas uma mulher, encantadora ou não, mas ainda, uma
mãe, uma esposa, uma profissional entre outras atividades transversais.
Impossível não crer que a personalidade de uma mulher envolve pessoas que a
cercam, de uma forma de outra. Se acontece isso com um homem também, em via de
regra, entre seus objetivos terá uma mulher.
Enfim,
feitas as considerações sobre um tipo de caminhar, registro a importância de
observarmos que quando nos referimos aos passos de alguém, em geral imaginamos
no andar e não no correr, em rumos tomados e não em disparadas sem rumo, em
algo (a ser) observável, nada que se possa desprezar, seguindo uma célebre
frase que diz que são “os passos que fazem os caminhos”. E todos caminhamos
para algum lugar.
As
Primeiras-Damas são influenciadas (e influenciam), sem dúvida, por todas essas
representações também. Contudo, se alguém, se antecipa em querer saber em que
sentido nos referimos ao passos de uma primeira-dama, eu diria que em todos
eles: da mulher atraente e sensual à suspeitada louca que se apodera das mentes
das pessoas, ou ainda dos passos de uma Primeira-Dama que conduz e não é
conduzida, que tem caminhos e rumos, que tem ideias e ideais, mas que sempre
tem que estar atenta que seus pés estão em sintonia com seu cérebro o que leva
o conceito de caminhar ou dar passos para dentro de algo muito maior que isso:
o da atitude.
Assim,
os passos de uma Primeira-Dama guiam suas atitudes ao mesmo tempo em que são
guiados por estas. Para caminhar, seja para que lado for, a primeira-dama deve
ter atitude, e sempre muito bem fundamentada em experiência de vida – sua e dos
outros -, de muito estudo comportamental, de aprofundamento em questões que
envolvam seus projetos. Tantos os de sua vida pessoal quanto os relacionados à
política, no caso.
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