sexta-feira, 31 de maio de 2013

OS PASSOS DA PRIMEIRA-DAMA







por Sylvio Carlos Galvão

            Em verdade, podemos interpretar a expressão-título acima de várias, formas: desde a mais romântica e pessoal quanto a mais profissional.
            Com um pouco de imaginação, se associarmos ideias de “passos de uma mulher”, logo povoará nossa mente o andar sensual de uma musa cinematográfica andando só em direção a lugar algum, quanto em direção a um interlocutor com quem ela intenta seduzir. Ou não. Apenas um andar sedutor que – relembro estarmos visualizando uma ficção – um andar que impõe à cena mental a imponência de uma mulher que está “chegando ou saindo” com timing, charme, elegância etc, ao estilo de Sharon Stone em “Instinto Selvagem”, quando, ou sexy, ou poderosa, ou louca (seria?) que a tudo controlava, marcava sua presença. Certamente muitos outros exemplos cinematográficos serviriam para demonstrar o quanto os passos de uma mulher são capazes de conduzir um enredo vibrante.
            Muito bem, por outro lado, numa outra visão que possamos tomar como exemplo aqui, os passos de uma mulher – agora com conotação mais próxima à realidade – guardam traços específicos de uma certa “biografia” de sua vida até dado momento daquele caminho quando cessam os passos e tentamos adivinhar o seu restante. Também, ainda nessa linha, os passos de uma mulher tem relação estreita com sua estratégia de vida – voluntária ou não – que pode mudar ou revolver a estratégia de vida de pessoas que estejam ao seu redor. Nunca nos esqueçamos que uma mulher pode ser apenas uma mulher, encantadora ou não, mas ainda, uma mãe, uma esposa, uma profissional entre outras atividades transversais. Impossível não crer que a personalidade de uma mulher envolve pessoas que a cercam, de uma forma de outra. Se acontece isso com um homem também, em via de regra, entre seus objetivos terá uma mulher.
            Enfim, feitas as considerações sobre um tipo de caminhar, registro a importância de observarmos que quando nos referimos aos passos de alguém, em geral imaginamos no andar e não no correr, em rumos tomados e não em disparadas sem rumo, em algo (a ser) observável, nada que se possa desprezar, seguindo uma célebre frase que diz que são “os passos que fazem os caminhos”. E todos caminhamos para algum lugar.
            As Primeiras-Damas são influenciadas (e influenciam), sem dúvida, por todas essas representações também. Contudo, se alguém, se antecipa em querer saber em que sentido nos referimos ao passos de uma primeira-dama, eu diria que em todos eles: da mulher atraente e sensual à suspeitada louca que se apodera das mentes das pessoas, ou ainda dos passos de uma Primeira-Dama que conduz e não é conduzida, que tem caminhos e rumos, que tem ideias e ideais, mas que sempre tem que estar atenta que seus pés estão em sintonia com seu cérebro o que leva o conceito de caminhar ou dar passos para dentro de algo muito maior que isso: o da atitude.
            Assim, os passos de uma Primeira-Dama guiam suas atitudes ao mesmo tempo em que são guiados por estas. Para caminhar, seja para que lado for, a primeira-dama deve ter atitude, e sempre muito bem fundamentada em experiência de vida – sua e dos outros -, de muito estudo comportamental, de aprofundamento em questões que envolvam seus projetos. Tantos os de sua vida pessoal quanto os relacionados à política, no caso.

Nenhum comentário: