A PRIMEIRA-DAMA E SUA INTIMIDADE COM O PODER
Do Capítulo:
A QUEM PEDIR E A QUEM OFERECER AJUDA.
"Todo mundo sabe que tudo anda rápido
hoje; todo mundo sabe que as mudanças são bruscas e particularmente inesperadas
muitas vezes quando não se enxerga um padrão de comportamento nas variadas
facetas da humanidade. Enfim, todo mundo já sabe de tudo isso (e mais), mas,
insiste-se em se falar disso, em se escrever sobre isso como um lugar-comum e
pouco se produz em termos de conhecimentos que possam ser utilizados
imediatamente para se acompanhar tais mudanças. Apenas são sugeridas fórmulas
para daqui uma década ou mais ou, como num consolo entreguista, apontam-se os
perigos das iminentes catástrofes promovidas pelo desenvolvimento dos povos (de
alguns povos, bem subtendido). Até muitas vezes – e muitas mesmo – a comunidade intelectual se esquece de que há
povos e nações que sequer sabem a definição exata de capitalismo, ou
tecnologia, ou pior...outros, na contramão, que conhecem apenas a “definição”
da palavra: comida!
É certo que muitos fatores
estão envolvidos nessas questões: cultura, geografia, religião e ela...a
malfadada política assimétrica global.
No entanto, o termo
“ajuda”, a nosso ver, não carece de muitos estudos para se compreender o
sentido lato e prático. Em algum momento da vida, todos nós já precisamos de
ajuda, uma ou mais vezes até.
Portanto, a Primeira-Dama
que vislumbramos deve se despojar de preconceitos de toda ordem, deve manter o
status da postulação de seu cargo mas olhar para todas as esquinas de sua cidade
(e freqüentá-las); deve abandonar as crenças pré-estabelecidas e enxergar a
pessoa humana e não a fé que pratica;
deve realmente se compadecer dos menos afortunados e desaculturados. Por
outro lado, também não deve esquecer as pessoas em condições mais estáveis que
procuram crescer profissionalmente em seus ramos de atividades, e, como num
exercício hercúleo, a Primeira-Dama ainda deve estar de prontidão aos clamores
dos mais afortunados em causas que não digam respeito diretamente às decisões
do Poder Público central – que não impede que seja uma ponte entre eles, ponderando-se
essa necessidade antes de agir por imprudência." (p. 96)
Autor: Sylvio Carlos Galvão
Nenhum comentário:
Postar um comentário