A QUINTA COLUNA
por Sylvio Carlos Galvão
Quinta Coluna é um
termo usado para se referir a grupos clandestinos que trabalham dentro de um país ou região, ajudando a
invasão armada promovida por um outro país em caso de guerra internacional, ou
facção rival no caso de uma guerra civil. Por extensão, o termo é usado
para designar todo aquele que auxilia a ação de forasteiros, mesmo quando não
há previsão de invasão.[1]
A ação de uma Quinta
Coluna não se dá no plano puramente militar. Assim como os demais partícipes de
uma guerra,
os elementos quintacolunistas agem por meio da sabotagem e da difusão de
boatos. Em outras palavras, pode-se dizer que a força da Quinta Coluna reside
tanto na possiblidade de "atacar de dentro", como na capacidade de
desmobilizar uma eventual reação à agressão que se intenta.[2]
Como se
vê, a Quinta Coluna traz uma imagem associada à traicão. E a Primeira-Dama deve
ter a sua própria Quinta Coluna. Espanto? Não há motivo.
Produzir traidores não é uma estratégia muito bem aceita
nos círculos militares, de espionagem ou até mesmo, em alguns casos, no setor
empresarial – o que não quer dizer que há toda certeza que não sejam produzidos
os traidores nessas áreas. Mas, tampouco tal estratégia seria bem vinda para a
classe política, se a Ética não andasse tão mal vestida como se tem apresentado
nos salões do poderio no mundo todo.
Prosseguindo, a
Primeira-dama não se enquadra em nenhum dos círculos anteriormente citados
(militar, espionagem, corporativo e o genuinamente político). Ela assume uma
função institucional que lhe dá mais liberdade para sua ações, dentro dos
parâmetros da Lei e da Ordem. Sendo assim, tem a libertade plena de produzir
sua Quinta Coluna através de um processo de imantização dos já nascidos
traidores, tornando-os úteis. Ou seja, a Primeira-Dama não precisa doutrinar
alguém para ser um traidor (o que a faria vacilar em seu caráter), mas
utilizar-se das serpentes que esparramam-se no poder público e em seus
arrebaldes. Os que estão dentro e os que estão à margem a espreita de uma
brecha,e, ainda, os “quintacolunistas” de outros regimentos.
Para que isso seja
possível sem danos aparentes e premeditados, o instrumento mais servil para
essa estratégia é a desinformação. A
desiformação plantada no momento e locais corretos, e para as pessoas corretas,
colocará os traidores em colunas próximas à Primeira-Dama. Isso se justifica
porque a obsessão desses traidores em atacar o mandátio através da
Primeira-Dama não lhes abandonará tão cedo, assim como um tipo de dependência à
ela uqe lhes será imputada imobilizado-os na direção que pretendem. A confusão
oriunda disso os organizará, e só terão dois caminhos a escolher: ou seguem
como coluna da Primeira-Dama e recebem os petardos de seus aliados, ou destroem-se
a sim mesmos, envergonhados, sendo, portanto, mais útil o desfazimento da
referida coluna por vontade própria dos “colunados” ao se verem em situação
desconfortável e perigosa, politicamente
falando. Neste último caso, a primeira-dama poderia criar com os sobreviventes
desse êxodo, outra Quinta Coluna para blindar o mandatário. Esta é a função
dessa Coluna dentro do nosso propósito, onde reconhecemos bem a diferença com a
visão belicista do início do século passado.
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