sexta-feira, 21 de junho de 2013

Primeiras-Damas devem produzir "traidores" para não serem vítimas deles

A QUINTA COLUNA

por Sylvio Carlos Galvão

Quinta Coluna é um termo usado para se referir a grupos clandestinos que trabalham dentro de um país ou região, ajudando a invasão armada promovida por um outro país em caso de guerra internacional, ou facção rival no caso de uma guerra civil. Por extensão, o termo é usado para designar todo aquele que auxilia a ação de forasteiros, mesmo quando não há previsão de invasão.[1]
A ação de uma Quinta Coluna não se dá no plano puramente militar. Assim como os demais partícipes de uma guerra, os elementos quintacolunistas agem por meio da sabotagem e da difusão de boatos. Em outras palavras, pode-se dizer que a força da Quinta Coluna reside tanto na possiblidade de "atacar de dentro", como na capacidade de desmobilizar uma eventual reação à agressão que se intenta.[2]
Como se vê, a Quinta Coluna traz uma imagem associada à traicão. E a Primeira-Dama deve ter a sua própria Quinta Coluna. Espanto? Não há motivo.
Produzir traidores não é uma estratégia muito bem aceita nos círculos militares, de espionagem ou até mesmo, em alguns casos, no setor empresarial – o que não quer dizer que há toda certeza que não sejam produzidos os traidores nessas áreas. Mas, tampouco tal estratégia seria bem vinda para a classe política, se a Ética não andasse tão mal vestida como se tem apresentado nos salões do poderio no mundo todo. 
Prosseguindo, a Primeira-dama não se enquadra em nenhum dos círculos anteriormente citados (militar, espionagem, corporativo e o genuinamente político). Ela assume uma função institucional que lhe dá mais liberdade para sua ações, dentro dos parâmetros da Lei e da Ordem. Sendo assim, tem a libertade plena de produzir sua Quinta Coluna através de um processo de imantização dos já nascidos traidores, tornando-os úteis. Ou seja, a Primeira-Dama não precisa doutrinar alguém para ser um traidor (o que a faria vacilar em seu caráter), mas utilizar-se das serpentes que esparramam-se no poder público e em seus arrebaldes. Os que estão dentro e os que estão à margem a espreita de uma brecha,e, ainda, os “quintacolunistas” de outros regimentos.
Para que isso seja possível sem danos aparentes e premeditados, o instrumento mais servil para essa estratégia é a desinformação. A desiformação plantada no momento e locais corretos, e para as pessoas corretas, colocará os traidores em colunas próximas à Primeira-Dama. Isso se justifica porque a obsessão desses traidores em atacar o mandátio através da Primeira-Dama não lhes abandonará tão cedo, assim como um tipo de dependência à ela uqe lhes será imputada imobilizado-os na direção que pretendem. A confusão oriunda disso os organizará, e só terão dois caminhos a escolher: ou seguem como coluna da Primeira-Dama e recebem os petardos de seus aliados, ou destroem-se a sim mesmos, envergonhados, sendo, portanto, mais útil o desfazimento da referida coluna por vontade própria dos “colunados” ao se verem em situação desconfortável e perigosa,  politicamente falando. Neste último caso, a primeira-dama poderia criar com os sobreviventes desse êxodo, outra Quinta Coluna para blindar o mandatário. Esta é a função dessa Coluna dentro do nosso propósito, onde reconhecemos bem a diferença com a visão belicista do início do século passado.




[1] Conf. Wikipédia, acessada em 6 out. 2010.
[2] Idem, ibidem

Trecho do Livro: "A Primeira-Dama e sua Intimidade com o Poder" (Editora Tecido Verbal), no prelo.

Sugestão de Leitura:

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