
por Sylvio Carlos Galvão
Qual a diferença entre a esposa e a primeira-dama, propriamente dita?
Devemos considerar bobagem
o clichê de que a esposa e a eleita devem ser sempre a mesma pessoa, o que
resultaria na perda de identidade da mulher em si.
Um motivo nos basta de
argumento: uma, a eleita, é institucionalizada; outra, obviamente a esposa, é
membro – ainda que mater – de um grupo social, por vezes institucionalizado,
mas ainda assim uma instituição celular. Aquela posterior a esta, sempre, e sem
aparente vínculo vital pois, famílias que suportam-se com veias políticas
apenas, são metastásicas. O amor fraternal é pré-condição para uma família
gerar-se e gerir-se no tempo. O exercício político, por sua vez, requer - com
exatidão – o amor solidário, filantropo. Outro reconhecimento é coisa de
‘santo’ em nossos dias hostis e em nosso mundo profano. E, por fim, o amor
irremediável à política é morte.
Fechamos sugerindo que a
eleita revista-se de respeito ao próximo que estiver fora do poder sem esperar
nada em troca. Aos
que dele fizerem parte, o respeito exigido inclusive pela lei deve ser
proporcional ao direito de obter respeito mútuo, também previsto em lei.
Por essas razões, “uma
coisa é uma coisa; outra coisa é outra coisa” como repetiria um filósofo de
botequim. A mulher e a eleita são absolutamente diferentes entre si. Mas uma
usa a outra para conseguir seus objetivos, o que é muito natural.
E é exatamente nisso que
reside a competência de ambas separadamente. Saber esclarecer-se e delimitar essas competências, seus limites e seus pontos
nodais para a que a mulher (nem esposa, nem eleita) conheça seu papel de
agregadora de competências numa situação em que a mulher viva como esposa e
eleita, sem deixar de ser mulher.
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