segunda-feira, 3 de junho de 2013

As duas faces de uma Primeira-Dama: a esposa versus a eleita



 

por Sylvio Carlos Galvão


Qual a diferença entre a esposa e a primeira-dama, propriamente dita?
Devemos considerar bobagem o clichê de que a esposa e a eleita devem ser sempre a mesma pessoa, o que resultaria na perda de identidade da mulher em si.
Um motivo nos basta de argumento: uma, a eleita, é institucionalizada; outra, obviamente a esposa, é membro – ainda que mater – de um grupo social, por vezes institucionalizado, mas ainda assim uma instituição celular. Aquela posterior a esta, sempre, e sem aparente vínculo vital pois, famílias que suportam-se com veias políticas apenas, são metastásicas. O amor fraternal é pré-condição para uma família gerar-se e gerir-se no tempo. O exercício político, por sua vez, requer - com exatidão – o amor solidário, filantropo. Outro reconhecimento é coisa de ‘santo’ em nossos dias hostis e em nosso mundo profano. E, por fim, o amor irremediável à política é morte.
Fechamos sugerindo que a eleita revista-se de respeito ao próximo que estiver fora do poder sem esperar nada em troca. Aos que dele fizerem parte, o respeito exigido inclusive pela lei deve ser proporcional ao direito de obter respeito mútuo, também previsto em lei.
Por essas razões, “uma coisa é uma coisa; outra coisa é outra coisa” como repetiria um filósofo de botequim. A mulher e a eleita são absolutamente diferentes entre si. Mas uma usa a outra para conseguir seus objetivos, o que é muito natural.
E é exatamente nisso que reside a competência de ambas separadamente. Saber esclarecer-se e delimitar essas competências, seus limites e seus pontos nodais para a que a mulher (nem esposa, nem eleita) conheça seu papel de agregadora de competências numa situação em que a mulher viva como esposa e eleita, sem deixar de ser mulher.

Nenhum comentário: