sexta-feira, 17 de maio de 2013

EXCLUSIVO: Novo Trecho do livro "A Primeira-Dama e sua Intimidade com o Poder"



“Primeira-dama não é tatuagem.”
Sylvio Carlos Galvão


Antes que sejam entoados protestos ao subjetivo título deste trabalho por não se referir a mulheres que ocupam outros cargos públicos ou privados, e também às outras mulheres, quaisquer que sejam seus papéis na sociedade, vamos nos justificar.
Nosso ponto de vista inicial não deixa dúvidas; talvez objeções que procuraremos esclarecer sequencialmente: uma primeira-dama, de qualquer esfera de governo é a mulher que está mais próxima do centro de decisões políticas, claro, quando não é a própria mulher que se elege ao posto executivo municipal. E não vem ao caso se este parágrafo é óbvio ou é suposto. Convenhamos que é o que acontece regularmente, pois não descremos que outras mulheres devidamente investidas de funções públicas ou não, possam criar uma esfera de influência pública impenetrável, também por outro caminho digno que não seja o da política.
Todavia, a política brasileira através da secular proporcionalidade de gênero nas eleições para os corpos legislativos e as inúmeras e renitentes estatísticas que secundam o status feminino nas rodas de decisão, além da hierarquia funcional e aporte salarial desvantajosos em suas profissões, tudo isso conspira oficiosamente para que a construção daquelas esferas de influência, assim como sua manutenção, é um caminho oneroso e muitas vezes solitário para a mulher brasileira. Em especial, as que vivem em pequenos e médios municípios.
Sendo assim, nessa lógica pré-fabricada – e nunca nos desviando do caráter público da questão – insistimos que a primeira-dama é a detentora das maiores possibilidades de viver “o Poder” intimamente. E aqui, dois motivos lúcidos: a primeira-dama é eleita amante, pelo líder; e deste a cúmplice, pelo povo!
Agora, um recado para a mulher que nos lê:
Você pode escolher qualquer caminho que lhe aprouver para se infiltrar com legitimidade nos corredores do Poder, e até se manter nele, sob provas de competência, eficiência e honestidade, mas, se infiltrada pelas vias democráticas do “primeiro-damado”, suas responsabilidades multiplicar-se-ão, assim como seus louros de conquistas e pesares nas diversidades. E, no fim (ou no começo) talvez, dessa união íntima com o Poder, serão perdidas as suas medidas em relação às alegrias e tristezas que visitarão cotidianamente seu recôndito mais sagrado: o seu lar.
O Poder coroa, corrói e condena. Principalmente a mulher que é querida, desejada e temida pelos homens e pela história da Humanidade.

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